Caros Concidadãos!
Esta é a última vez que me recandidato à liderança da Câmara Municipal do Funchal (CMF). Cumpro assim um imperativo da lei que limita o
número de mandatos. Se voltar a merecer a confiança reiterada e expressiva que me tendes confiado na última década e meia, terei completado 20
anos de trabalho e responsabilidades na governação da Cidade.
Não se trata de uma despedida propriamente dita. Muito menos é o fim da minha relação com os Funchalenses. Seria impossível um corte tão
abrupto e repentino depois de termos partilhado momentos de enorme cumplicidade e trabalho árduo, mas também alegrias e felicidade.
Em política não há despedidas. Há pausas, intervalos. Que devemos fazer e assumir sem constrangimentos porque a missão dos homens que
trabalham para o bem colectivo não se esgota apenas na acção política. Antes desta está a acção social, que projecta, realiza e idealiza um sentido
para a vida. Para as pessoas.
Foi isso que prometi a mim próprio concretizar quando em 1993 abracei com o PSD um projecto de mudança, de modernidade e progresso
para a Cidade, em respeito, naturalmente, pela memória, história e património. Quinze anos depois, creio que só mesmo a maldade de alguns
(felizmente muito poucos) os impede de ver com realismo e seriedade a importante obra realizada.
Somos hoje pioneiros e estamos na vanguarda em vários sectores ao nível nacional. A Cidade Mais Verde do País, o 5.º Melhor Município para
Viver, única cidade com recolha selectiva porta-a-porta e a mais alta taxa de reciclagem (24%) em todo o espaço nacional; Cidade Mais Florida
da Europa.
Não sou só eu que vos digo. São as organizações oficiais que confirmam. O INE, no seu relatório sobre o poder de compra dos 308 municípios
portugueses, publicado em Abril deste ano, coloca o Funchal num estimulante 9.º lugar (com um poder de compra per capita na ordem dos
134%).
Outro relatório animador, é o Anuário Financeiro dos Municípios Portugueses (2005). O documento refere que o Funchal “não faz parte dos
municípios com maior índice de dívida a fornecedores”; não é dos municípios que registam “um maior peso das despesas com pessoal nas
despesas totais”; está entre as 30 autarquias com mais investimento realizado; é o 12.º município com maior grau de liquidez e o 3.º com “maior
peso de receitas provenientes da venda de bens e serviços”. Por fim, o Tribunal de Contas apreciou e aprovou as contas da CFM de 2002, 2003 e
2004 “sem qualquer situação susceptível de gerar responsabilidade financeira”.
Poderia vos dar muitos mais exemplos de seriedade e rigor com que eu e as minhas equipas trabalhámos em todos estes anos para construirmos
o Funchal, Cidade Qualidade, um conceito consolidado no mandato que agora termina e reconhecido por organizações independentes. Mas,
como sempe, não nos acomodamos.
Não se atingem os patamares de Excelência que o Funchal tem hoje sem ambição, projectos, capacidade de decisão, competência e inovação.
Como também é hoje assumido que a modernidade das cidades se medra muito mais pelo conjunto das políticas sociais, promoção da juventude,
respeito e dignidade pela população sénior do que apenas pelo conjunto das obras físicas.
O Funchal, Cidade Qualidade não é portanto uma noção abstracta, mas uma ideia geral, uma espécie de contrato social com todos os munícipes,
consubstanciado em 16 anos de trabalho, projectos, acções, realizações e padrões de qualidade de vida e de excelência nunca antes desfrutado
por nenhuma outra geração.
Caros Munícipes!
O desafio para a acção e para o trabalho é o que proponho para os próximos quatro anos. Terei a ousadia intelectual para empreender o que ainda
falta realizar, por forma a fortalecer ainda mais a excelência da qualidade de vida dos Funchalenses e consolidar as bases do progresso para as
gerações vindouras.
Tem sido um percurso pleno de ideias, paixões, gestos e vivências. Sempre me tomaram por pessoa íntegra e honesta. E isso é a melhor recompensa que de vós recebo para o meu último mandato à frente da CMF. Parto consciente de que criei as condições a partir das quais julgo ter cumprido.
Com estima e consideração
Miguel Albuquerque
15 anos de trabalho visível perante todos os Funchalenses, trabalho esse que se reflecte a nível urbanístico, ambiental e social!
ResponderEliminarPor isso há que reiterar, mais uma vez, a confiança no Dr. Miguel Albuquerque, para que este, com a CMF, consiga contribuir para mais indicadores positivos que tanto orgulham os verdadeiros Funchalenses!
Saudações Socias Democratas!